Blog “Dependência e Co-dependência Química”, de autoria de Superdotado Álaze
Gabriel.
INTRODUÇÃO
Abuso de
drogas (o que inclui o álcool) é bem
diferente de dependência química. Dependência é quando seu corpo quimicamente,
fisiologicamente precisa da droga para evitar os sintomas da abstinência do
organismo.
O abuso de
droga acontece quando a pessoa usa essa droga para reduzir ou eliminar uma
emoção negativa que pode ser: ansiedade, medo, depressão, raiva ou o que for,
se alguém bebe pra enfrentar a crise do pânico, para sair de casa e ir a uma
festa, para conseguir conversar com alguém, tudo isso sem a muleta.
O abuso é um
condicionamento de fuga, ou seja, primeiro a pessoa aprende que quando usa a
droga ela se sente bem, leve, desinibido, até mais bonito, e depois de algum
tempo passa a usar a droga de forma a evitar as emoções negativas. Isto é a
própria fuga, é quando a bebida alcoólica não tem mais função social, ou seja,
você não bebe para desfrutar do sabor da bebida, pra conversar com os amigos,
ela passa a ser uma muleta para as situações que a pessoa acredita que precisa
de uma ajuda. Sendo que o ideal é você saber que pode contar contigo mesmo, é
ter autoconfiança e auto-estima o suficiente.
Dependência é
identificada quando se faz uso de drogas legais, ou ilegais, ou álcool, de
forma a precisar de cada vez mais doses, ou doses mais fortes, para obter
aquele “beneficio inicial”, ou seja, a pessoa não usa mais a droga para se
sentir leve, bem, alegre, mas passa a usar a droga pois sem ela passa a ter
sintomas fisiológicos e psicológicos fortíssimos. Isto é a síndrome da
abstinência.
Um ótimo
critério para você identificar abuso de álcool é perceber se você bebe para
ficar “bem”, ou bebe porque já está bem, ou seja, para comemorar. Se você bebe
para ficar bem, sinto muito, mas você é dependente de álcool.
Todo mundo
sabe que se tirar a droga repentinamente de um viciado a única coisa que se
consegue é fazê-lo passar muito mal, sofrer barbaridades, até com alucinações. É
por isso que todo tratamento psicológico de dependência química deve ser feito conjuntamente
com o médico, o qual trata o organismo alterado e com o psicólogo, o qual trata
a causa, as “razões” pelas quais o (a) paciente se entregou à drogadição. Mesmo
que a pessoa diga: “meu problema é genético”, a medicina descobriu que algumas
pessoas têm uma tolerância totalmente diferente ao álcool, mas mesmo que seu
organismo responda de forma diferente ao álcool, o que te faz procurar o
álcool? É uma questão mental, psicológica, e não orgânica.
ABUSO APRENDIDO
O abuso de
drogas pode ser inteiramente aprendido. As pessoas aprendem imitando alguns
modelos. Os modelos podem ser os amigos, cinema, a TV, etc.
Quem abusa da
droga, muitas vezes apresenta transtornos emocionais como: personalidade
anti-social antes de beber, não tem controle seus impulsos, fala ou faz o que
lhe vem a cabeça, ansiedade generalizada, depressão e baixa intolerância a
frustração.
É muito
freqüente que as pessoas abusem de drogas, e aqui me refiro à todos, tanto de
as legais como as ilegais, mesmo as mais socialmente aceitas como álcool,
maconha, fumo.
É muito
freqüente que as pessoas que abusam de drogas, passaram por uma série de
eventos traumáticos em sua infância, as vezes abuso sexual ou físico. Não é uma
regra, mas é comum.
Os que abusam
de droga diferente dos dependentes químicos, se beneficiam muito de terapia
porque podem aprender a beber socialmente e ter bom controle no uso. O
dependente não, ele nunca mais vai poder beber socialmente terminado o
tratamento, o contato será ate o fim da vida. Esta é a diferença dos que abusam
X dependentes.
POR QUE A PESSOA QUE ABUSA DE DROGAS TEM
EXCELENTES RESULTADOS NA TERAPIA COGNITIVA?
Porque a
terapia trabalha as cognições chave em cada caso. Se ela acredita que “não
consegue se sentir bem e precisa de droga pra acabar com essa sensação ruim” ou
“não sabe como lidar com o problema e se usar a droga ele consegue parar de
pensar nisso” o terapeuta vai trabalhar para dar suporte e opções de forma a
não mais precisar de droga como solução.
O tratamento
com o dependente químico é diferente. Pois uma vez que você se tornou
dependente nunca mais pode usar a droga “socialmente”. A única alternativa é
interromper por completo e para sempre o uso.
Vocês já viram
esta cena? Depois de gastar “os tubos” em tratamento o ex-viciado vai pra festa
e não querendo ficar de fora do grupo, dos amigos, acaba tomando o primeiro
gole. O bendito 1º gole!
Isto é porque
todo dependente acha que pode tudo e a qualquer hora. O dependente químico tem
alta tolerância a frustração. É por isso que mesmo com todo mundo indignado,
dando mil conselhos, chamando pra conversar, nada adianta! Ele não se incomoda
com esta frustração de um bando de gente querendo que ele pare de beber ou usar
droga.
Com a pessoa
que abusa da droga, mas não é dependente, acontece o contrario. Ele usa a
bebida, por exemplo, pela sua baixa auto-estima, porque a bebida o faz sentir
bem.
Pra saber se
seu caso é de dependência ou abuso de drogas é necessário que seja feito
avaliação com um profissional.
COGNIÇÃO DO USUÁRIO DE DROGAS
Uma forma de
identificar o tipo de pensamento que a pessoa que usa drogas tem é fazendo uma
analogia com um animal. Exemplo:
Raposa: Tem o pensamento “posso
controlar a bebida quando quiser. Posso fazer sozinho sem ajuda” “Sou esperto
como uma raposa”
Cordeiro: Pensa “não sou responsável. O
diabo me obrigou. Ninguém me educou direito”
Avestruz: “isto não é o problema, não
me prejudico em nada”
Borboleta: “Eu preciso de droga para me
sentir bem, não consigo lidar com a vida sem ela.”
Tenho certeza
que tem muita gente identificando alguém que já disse alguma coisa deste
estilo. A pessoa convence a si mesma e muitas vezes a família também. As vezes
é mais cômodo acreditar nisso porque fazer o tratamento dá trabalho. Pensa que
a droga não esta causando tanto prejuízo assim, e joga o problema pra debaixo
do tapete.
De toda forma
um dos fatores primordiais para o sucesso da terapia é ter vontade de melhorar.
Nem resfriado você cura se não houver vontade.
Tem uma
piadinha de terapeuta, mas que só pode ser contada por terapeuta: “Quantos
terapeutas são necessários para se trocar uma lâmpada? Não importa. O
importante é que a lâmpada queira ser trocada”.
Isto é um
pouco verdade, mas mesmo o paciente resistente, que não quer melhorar porque
acaba se apegando ao ganho secundário da doença, uma hora vai se integrando e
reduzindo todos seus sintomas com a terapia. Dá mais trabalho porque quem não
quer melhorar desafia o terapeuta, quer provar que sua doença é mais forte que
qualquer outra coisa. Mas ainda assim melhora! E no final percebe como se
apegou a uma coisa que não lhe faria bem.
Você achou
isso esquisito: Se apegar a uma coisa que não lhe faz bem. Pense em você! Pense
com tudo o que te incomoda, mas você não consegue se livrar. Esse casamento que
já desabou faz tempo. Aquele “amigo” que só te explora. Por que você não se
livra disso tudo? Fácil de falar, difícil de fazer.
É por isso que
conselho não funciona. É por isso que só “desabafo” não resolve problemas. É
por isso que o psicólogo tem técnicas que te ajudam a desenrolar toda essa
novela de amarguras porque só conhecer o problema não resolve, tem que saber o
que fazer com isso tudo.
GANHO SECUNDÁRIO
O ganho
secundário te segura no problema, por exemplo: Todo o colo e apoio que as
pessoas te dão pra compensar o problema.
Já pensou
nisso? Pode não parecer grande coisa, mas tem uma grande diferença! Identificar
e limpar todos aqueles “carimbos” que você foi recebendo em sua mente, por
todos esses anos é fundamental. Muitos destes carimbos estão ai desde a
infância, foi quando você aprendeu que você vale menos, que você não é
competente, é pouco inteligente, ou seja lá a bobagem que ficou lá num cantinho
da sua mente, fez um estrago domado na sua vida agora.
Apenas saber e
conhecer estas marcas de sua mente não faz muita diferença. O que importa mesmo
é saber o que fazer com tudo isso. Como modificar esses padrões. Que caminho
seguir.
REFÉM EMOCIONAL
Um elefante
quando é treinado no circo, por exemplo, é amarrado a uma arvore e apanha muito
pra ficar ali ao lado desta arvore. Quando cresce fica condicionado, você pode
amarrá-lo num galhinho pequeno que ele não foge. Ele não acredita que pode sair
dessa.
E você? Que
esta aí pensando estar fortemente preso aos seus sentimentos ruins. Pensando
que é impossível se livrar dessa baixa auto-estima.
Um dia você
aprendeu que estava irremediavelmente preso a dor e a infelicidade, e agora
mesmo não tendo mais o que te prende, você continua preso.
VOCÊ PODE APRENDER A DESAPRENDER
Como por
exemplo, as pessoas que tem síndrome do pânico. Só quem tem sabe o que é, uma
sensação de desespero, uma taquicardia, as vezes suor frio, cada um com seu
sintoma, mas em geral da uma sensação de que você precisa de alguma coisa que
não sabe o que é, as vezes tem que parar o carro no meio da estrada ou na
avenida, as vezes vai parar no pronto socorro só pra ouvir “você não tem nada”.
Como não tem nada? Não é possível ter toda essa sensação ruim sem ter medo. O
que o medico quer dizer é que “você não tem nada que consiga identificar”.
Infelizmente
nem todo médico tem o preparo suficiente pra diagnosticar síndrome do pânico. A
pessoa sempre pensa. Porque eu tenho isso? E a coisa parece tão irreal, que dá
vergonha contar pra alguém. “Se eu contar isso pra vão falar que eu sou doido”.
A coisa é tão
desesperadora que dá impressão que não tem solução. Mas uma das coisas que a
gente trata mais rapidamente é o pânico. As vezes a pessoa chega desanimado
porque já tentou de quase tudo. Já tomou um monte de remédio, e fica meio
desacreditado mesmo. Mas fazendo a terapia, seguindo minhas instruções e
acompanhando direitinho, a possibilidade de melhorar é altíssima de cura total
é muito alta.
CONCLUSÕES
Se você usa um
componente químico, bebida alcoólica, fumo, medicamento de farmácia, ou o que
for procurando uma sensação de felicidade ou está atrás de perspectiva de
realização. Cuidado!
Mesmo as
chamadas “Drogas da Felicidade” como já foi chamado o Prozac, não trazem a
felicidade do jeito que você deseja.
Se você
precisa de uma “muleta” social. Procure se conhecer e mude esse padrão de
comportamento. O uso de componentes químicos indica, que você não esta
conseguido administrar suas dificuldades sozinho, e encontrar um pseudo apoio
que é muito perigoso.
APRENDER A SENTIR-SE BEM SEM USO DE MULETAS
É FUNDAMENTAL
Um
ótimo critério para você identificar abuso de álcool é perceber se você bebe
para ficar “bem”, ou bebe porque já está bem, ou seja, para comemorar.
Se você bebe para ficar bem, sinto muito, mas você é dependente de
álcool. Dependência é identificada quando se faz uso de drogas legais, ou
ilegais, ou álcool, de forma a precisar de cada vez mais doses, ou doses mais
fortes, para obter aquele “beneficio inicial”, ou seja, a pessoa não usa mais a
droga para se sentir leve, bem, alegre, mas passa a usar a droga pois sem ela
passa a ter sintomas fisiológicos e psicológicos fortíssimos. Isto é a síndrome
da abstinência. Todo mundo sabe que se tirar a droga repentinamente de um
viciado a única coisa que se consegue é fazê-lo passar muito mal, sofrer
barbaridades, até com alucinações.
É
por isso que todo tratamento psicológico de dependência química deve se feito
juntamente com o médico. O médico trata o organismo alterado e, o
psicólogo trata a causa, o que fez a pessoa se entregar as esta droga ou
álcool. Mesmo que a pessoa diga: “meu problema é genético”, a medicina
descobriu que algumas pessoas têm uma tolerância totalmente diferente ao
álcool, mas mesmo que seu organismo responda de forma diferente ao álcool, o
que te faz procurar o álcool? É uma questão mental, psicológica, e não orgânica.