Blog DEPENDÊNCIA E
CO-DEPENDÊNCIA QUÍMICA, de autoria de Superdotado Álaze Gabriel.
Disponível em http://dependenciaecodependenciaquimica.blogspot.com.br/
Autoria:
RESUMO
O
uso de drogas vem acontecendo de forma cada vez mais precoce e com substâncias
mais nocivas. Pesquisas nesta área procuram identificar os fatores de risco e
de proteção, sendo que a família ou, mais especificamente, as práticas
educativas parentais, podem atuar como ambos. O presente artigo teve como objetivo
principal investigar a percepção das práticas educativas parentais de
adolescentes com e sem diagnóstico de dependência química. Participaram da
pesquisa 48 adolescentes de ambos os sexos, com idades variando entre 14 e 19
anos. Os participantes foram divididos em dois grupos (com e sem diagnóstico de
dependência química) com 24 participantes cada um. Os dois grupos foram
pareados de acordo com gênero, idade e nível socioeconômico. Foram aplicados
dois instrumentos: o Questionário de Fatores de Risco para Dependência Química
e o Parents' Report. Para a análise estatística foram utilizados o teste
do Qui-Quadrado e o teste de Mann-Whitney. Os resultados mostraram que houve
diferença significativa entre as percepções dos dois grupos: enquanto as
práticas educativas parentais socialmente desejáveis estavam mais associadas
aos participantes sem diagnóstico de dependência química, as práticas
socialmente indesejáveis estavam mais associadas aos participantes com
diagnóstico.
INTRODUÇÃO
O
uso de drogas lícitas e ilícitas vem sendo foco de grande preocupação mundial
e, embora seja um fenômeno antigo na história da humanidade, constitui um grave
problema de saúde pública, com sérias conseqüências pessoais e sociais no
futuro dos jovens e de toda a sociedade (Marques & Cruz, 2000). O
entendimento do uso de drogas sofre, portanto, interferências culturais, sociais,
religiosas, políticas e científicas de cada população.
As
primeiras experiências com drogas ocorrem, freqüentemente, na adolescência.
Vários autores evidenciaram a precocidade quando identificam a faixa etária do
início do uso de drogas dentro da adolescência, entre 10 e 19 anos, de acordo
com a OMS (Baus, Kupek & Pires, 2002; Carlini, Galduróz, Noto & Nappo,
2001; Chaturvedi, Phukan & Mahanta, 2003; De Micheli & Formigoni, 2001;
Huesca, Cruz, Encinas & Pantoja, 2002; Kessler e cols., 2003; Pentz, 2003;
Piko, 2000; Sanchez, Oliveira & Nappo, 2004).
É
na adolescência que as regras costumam ser questionadas e, até mesmo,
contestadas, o que é necessário para o desenvolvimento da identidade dos jovens
(Wagner, Carpenedo, Melo & Silveira, 2005a). As influências do contexto
social, somadas ao fato da adolescência ser uma época de experimentações, levam
ao aparecimento de comportamentos de risco (Soldera, Dalgalarrondo, Filho &
Silva, 2004), entre eles, o uso de drogas lícitas e ilícitas.
Embora
nem todas as pessoas que experimentam drogas se tornem dependentes, a
dependência química é uma doença complexa, de tratamento longo e nem sempre
eficaz. Sabe-se, ainda, que a dependência química é multideterminada (Marques
& Cruz, 2000), ou seja, devem ser considerados os inúmeros aspectos
preditores (genéticos, psicológicos, familiares, sociais, entre outros), que,
comumente, agem de modo associado.
Dentre
os inúmeros fatores preditores da dependência química, a família, ou, mais
precisamente, as atitudes parentais para com os filhos, com o objetivo de
educá-los, parece ser um aspecto passível de intervenção, principalmente ao
pensar-se em
prevenção. Dessa maneira, é importante olhar-se de modo mais
acurado para o meio familiar, visando à compreensão dos fenômenos que ali
ocorrem e buscando entender de que modo a família pode ser protetora ou
facilitadora dos comportamentos de risco dos filhos, inclusive do abuso de
drogas e de uma possível dependência.
Pons
(1998), por exemplo, detectou que um dos principais fatores protetores ao uso
de drogas é a família, pelo estabelecimento de laços afetivos entre seus
membros, monitoramento das atividades e amizades do adolescente e construção de
conduta social adequada. Nesta mesma linha de pesquisa, o estudo venezuelano de
Rebolledo, Ortega e Pillon (2004) analisou 2.829 estudantes de ambos os sexos,
com idades entre 12 e 17 anos, mediante o Test Drug Use Screening Inventory.
Os autores constataram que a disfuncionalidade familiar e doença mental foram
os fatores que estavam correlacionados com maior risco para o uso de drogas
lícitas e ilícitas.
Pechansky,
Szobot e Scivoletto (2004) também pesquisaram sobre a influência da família no
uso de drogas dos jovens, constatando que, no que compete à situação familiar,
a ausência do pai no domicílio do adolescente estava associada a um aumento de
22 vezes na chance deste ser dependente de drogas, quando comparado com
adolescentes que viviam com ambos os pais. Corroborando estes achados, todos os
tipos de traumas familiares, separação, brigas e agressões estavam francamente
associados ao grupo de adolescentes com maior grau de dependência. Os mesmos
autores acreditam, ainda, que o papel dos pais e do ambiente familiar é
marcante no desenvolvimento do adolescente e, conseqüentemente, na sua relação
com álcool e outras drogas. Falta de suporte parental, uso de drogas pelos
próprios pais, atitudes permissivas dos pais perante o uso de drogas,
incapacidade de controle dos filhos pelos pais, indisciplina e uso de drogas
pelos irmãos são fatores que predispõem a iniciação ou o uso continuado de
drogas por parte dos adolescentes.
A
estrutura e o funcionamento familiar têm mudado muito nas últimas décadas. O
modelo de família organizado com base na hierarquia, regido pela severidade de
punição, foi substituído por formas diferenciadas de organização (Gomes &
Resende, 2004). Importantes fenômenos e movimentos sociais como a entrada das
mulheres para o mercado de trabalho e sua maior participação no sistema
financeiro familiar acabaram por imprimir um novo perfil à família. Wagner,
Predebon, Mossmann e Verza (2005b) acreditam que, em contraponto à estrutura
familiar tradicional, com o pai como único provedor e a mãe como única
responsável pelas tarefas domésticas e cuidados com os filhos, o que vem ocorrendo
na maioria das famílias brasileiras de nível socioeconômico médio é um processo
de transição. Atualmente, em muitas famílias já se percebe uma relativa divisão
de tarefas, na qual pais e mães compartilham aspectos referentes à educação dos
filhos e à organização da rotina da família.
Dentre
as tarefas que compõem a função parental, provavelmente a educação dos filhos
seja a mais complexa (Wagner & Bem, 2006). As modificações sociais e a
repercussão destas na organização familiar tornaram a criação e educação dos
filhos um grande e assustador desafio. Sabe-se que os modelos educativos que
funcionaram para as gerações passadas já não podem ser aplicados atualmente, o
que tem deixado os pais bastante confusos a respeito do que funciona, ou não,
como técnica educativa. O que se percebe, portanto, são pais apreensivos e
inseguros que se baseiam em tentativas e erros visando oferecer uma educação
adequada para seus filhos.
No
que se refere às práticas educativas, encontram-se divergências entre alguns
autores quanto a sua conceituação, havendo referência a termos como estilos,
estratégias e práticas educativas. São chamadas práticas educativas as
estratégias e técnicas utilizadas pelos pais e mães para orientar o
comportamento de seus filhos, tentando atingir objetivos específicos em
determinadas situações (Alvarenga & Piccinini, 2001; Darling &
Steinberg, 1993; Wagner & Bem, 2006). Para o presente estudo, foram
adotados os termos práticas educativas socialmente desejáveis e práticas
educativas socialmente indesejáveis, em função do instrumento utilizado que faz
uso de tais nomenclaturas (Dibble & Conhen, 1974, de acordo com Fischer
& Corcoran, 1994).
Em
vista da necessidade social de uma maior orientação por parte dos
profissionais, visando à eficiência dos pais em seu papel de educadores, é
importante que se invista em pesquisas que respondam de modo mais objetivo
sobre comportamentos parentais associados ao uso e não-uso de drogas pelos
jovens (Carr & Vandiver, 2001; Rebolledo e cols., 2004). Considerando que
as atitudes dos pais em relação aos filhos podem possuir tanto a qualidade de
proteção como a possibilidade de estímulo ao uso de drogas e à dependência das
mesmas, este estudo buscou investigar a percepção dos adolescentes com e sem
diagnóstico de dependência química a respeito das práticas educativas de seus
pais e analisar os aspectos sociobio-demográficos relacionados à dependência
química na adolescência.
MÉTODO:
Participantes
O
presente estudo, de caráter exploratório e com abordagem quantitativa, teve como
participantes 48 adolescentes, que foram divididos em dois grupos: grupo 1,
adolescentes com diagnóstico de dependência química (n= 24), e grupo 2,
adolescentes sem diagnóstico de dependência química (n=24). Os dois grupos
foram pareados de acordo com gênero (mulheres: 33,3% e homens: 66,7%), idade
(idade média de 16,8 anos, com desvio padrão de 1,49 anos) e nível
socioeconômico (baixo: 4,2%, médio-baixo: 33,3% e médio: 62,5%).
Instrumentos
Foram
utilizados dois instrumentos para a investigação. O Parents' Report
(PR), criado por Dibble e Conhen (1974, de acordo com Fischer & Corcoran,
1994), traduzido e adaptado por Wagner, Grzybowski e Silveira (2003). O
questionário avalia 8 categorias de práticas educativas socialmente desejáveis
(aceitação da criança como pessoa, atenção centrada na criança, sensibilidade
para sentimentos da criança, envolvimento positivo com a criança, aceitação da
autonomia da criança, divisão da tomada de decisões com a criança, manutenção
da disciplina de forma consistente e controle positivo da disciplina -
consideradas positivas) e 8 categorias de práticas educativas socialmente
indesejáveis (desapego, intromissão, relaxa-mento do controle da disciplina,
inconsistente manutenção da disciplina, controle através da ansiedade, controle
através da culpa, controle através da autoridade, evitação da relação -
consideradas negativas), havendo três itens de descrição comportamental para
cada categoria.
Foi
utilizado, também, o Questionário de Fatores de Risco para Dependência Química.
O instrumento tem 27 questões e foi desenvolvido especialmente para este estudo
pela pesquisadora. Um estudo piloto foi realizado para verificar a adequação
das perguntas e a compreensão semântica das questões. Esse estudo contou com a
participação de 5 meninas e 5 meninos com idades variando entre 12 e 19 anos.
Esses adolescentes preencheram o questionário individualmente e assinalaram, no
próprio material, dúvidas e sugestões que foram discutidas diretamente com as
pesquisadoras. Foram descartadas as questões de difícil compreensão ou
confusas, e foram incluídas algumas sugestões dos adolescentes para a
facilitação do entendimento e do preenchimento do material. As questões
elaboradas para o instrumento fundamentaram-se em uma revisão teórica que
apontou as variáveis mais relacionadas ao uso de drogas por adolescentes.
Procedimentos
Para
a coleta de dados, os participantes com diagnóstico de dependência química
foram acessados através do centro para tratamento de dependência química de um
hospital de Porto Alegre, onde os mesmos encontravam-se internados. Foi
utilizado o critério de diagnóstico de dependência de substâncias do Manual
diagnóstico e estatístico de transtornos mentais, DSM - IV (1995), que
considera como dependente químico o sujeito que possui um agrupamento de
sintomas cognitivos, comportamentais e fisiológicos indicando que o mesmo
continua utilizando uma substância, apesar de problemas significativos
relacionados a ela.
Após
a pesquisa ter sido autorizada pela direção do local, os adolescentes que
estavam internados no setor foram convidados a participar. Os adolescentes com
18 e 19 anos que aceitaram participar da pesquisa foram solicitados a assinar o
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Do mesmo modo, foram pedidas as
autorizações dos pais dos adolescentes com idade inferior a 18 anos, para que
eles pudessem fazer parte do estudo.
Após
receber as autorizações, a pesquisadora marcou um horário individual para cada
participante, em uma sala privativa dentro do próprio centro de tratamento. Com
o objetivo de certificar-se de que os questionários seriam compreendidos e
preenchidos adequadamente, a pesquisadora lia e preenchia, juntamente com o
participante, os campos necessários. Primeiramente, foi preenchido o
Questionário de Fatores de Risco e, posteriormente, o Parents' Report. Os
participantes levaram, em média, 20 minutos para responder aos dois
instrumentos.
A
seleção dos participantes sem diagnóstico de dependência química foi feita por
conveniência, através da rede social da pesquisadora. Após o contato com os
adolescentes e a explicação da pesquisa, os adolescentes com 18 e 19 anos
assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, tendo sido feito
contato com os pais dos adolescentes com idade inferior a 18 anos, para que os
mesmos assinassem o Termo de Consentimento autori-zando a participação dos
filhos na pesquisa. Posteri-ormente, contatou-se cada participante com a
finalidade de marcar um horário conveniente no consultório da pesquisadora. A
testagem ocorreu exatamente da mesma forma que foi descrita para os
participantes com diagnóstico de dependência química.
Procedimentos
éticos
O
presente estudo passou por uma rigorosa aprovação do Comitê de Ética da PUCRS e
tomou todos os cuidados necessários para a proteção dos participantes e
pesquisadores. Foi utilizado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, onde
ficaram explicadas a proposta e as condições do estudo.
Resultados
Foi
feita uma análise descritiva dos dados socio-biodemográficos dos participantes
da pesquisa expostos na Tabela 1.
Foi
feita uma análise descritiva acerca do padrão de uso de substâncias ilícitas
dos partici-pantes. Estes dados encontram-se ilustrados da Tabela 2.
Os
resultados mostraram que a maioria dos participantes (70,8%) do grupo de
dependentes químicos (DQ) não está estudando, 79,2% destes freqüentam ou
freqüentaram escolas públicas e 87,5% repetiram de ano pelo menos uma vez na
vida.
Dos
participantes do grupo sem dependência química (SDQ), 87,5% estão estudando,
79,2% fre-qüentam ou freqüentaram escolas particulares e 29,2% não tiveram
repetência escolar.
Em
relação à estrutura familiar, 79,2% dos participantes do grupo de DQ têm pais
separados e 25% vivem com a mãe e os irmãos. Já no grupo SDQ, 62,5% dos
adolescentes possuem pais casados e 37,5% moram com pai, mãe e irmãos.
A
respeito das atividades que os participantes realizam, os resultados mostraram
que, do grupo de DQ, 37,5% trabalham, 25% praticam esportes, 54,2% costumam
ficar com amigos, 16,8% vão a festas ou saem para dançar e 8,4% ficam navegando
na internet ou utilizando o computador, 33,3% têm costume de olhar televisão
nas horas livres e 33,3% usam o tempo livre para namorar.
Quanto
ao grupo de SDQ, 33,3% trabalham, 42% praticam esportes, 54,2% costumam ficar
com amigos, 33,3% vão a festas ou saem para dançar, 33,3% ficam navegando na
internet ou utilizando o computador, 42% têm costume de olhar televisão nas
horas livres e 54,2% usam o tempo livre para namorar.
Com
relação à religiosidade, a maioria dos participantes do grupo de SDQ (75%) não
possui atividade religiosa, enquanto, no mesmo sentido, 58,3% dos participantes
do grupo de DQ também não praticam religião alguma.
Ao
que se refere à experiência com drogas ilícitas dos participantes com e sem
diagnóstico de dependência química, foram apontados os seguintes dados: no
grupo de DQ 96% usam maconha, 79,2% usam crack, 50% usam cocaína, 41,7% usam
loló (cola de sapateiro) e 4,2% usam lança-perfume (éter). Já no grupo de SDQ,
33,3% usam maconha, 16,7% usam cocaína, 12,5% usam lança-perume e ecstasy e
8,4% usam crack e loló.
Entre
os adolescentes do grupo de DQ, 75% apontaram que as drogas ilícitas foram
oferecidas por amigos, 66,7% que foi na rua e 29,2% em festas. Já 37,5% dos
adolescentes do grupo SDQ apontaram que as drogas ilícitas foram oferecidas por
amigos, 25% que foi na rua e 41,7% em festas.
Entre
os adolescentes do grupo de DQ, 66,7% indicaram que as drogas são usadas com
amigos e 54,2% faz uso de drogas ilícitas diariamente. Já entre os adolescentes
do grupo de SDQ, 29,2% indicaram que as drogas são usadas com amigos e 8,3% usa
drogas ilícitas algumas vezes por semana.
Quanto
a sua autopercepção com relação à drogadição, 87,5% dos DQ apontaram ser
dependentes químicos e admitiram precisar de ajuda, e 87,5% dos SDQ disseram
não ter problemas em relação ao uso de drogas ilícitas.
Com
a finalidade de verificar a associação entre as variáveis sociobiodemográficas
e dependência química, foi utilizado o teste do Qui-Quadrado (x2) e o nível de
significância foi de 5%. Os resultados mostraram que as variáveis não estudar
(p=0,000; 2=16,800), repetir algum ano escolar (p=0,000; 2=16,800), estudar em
escola pública (p=0,000; 2=24,929), ter pais separados (p=0,002; 2=24,600),
alguém ter oferecido drogas ilícitas (p=0,009; 2=7,111), drogas ilícitas terem
sido oferecidas por um amigo (p=0,033; 2=13,685), drogas ilícitas oferecidas na
rua (p=0,045; 2=18,674), muitos amigos fazerem uso de drogas ilícitas (p=0,000;
2=26,384), uso de drogas ilícitas na companhia de alguns amigos (p=0,001;
2=30,571) e uso combinado de maconha, cocaína e crack (p=0,000; 2=41,333) têm
associação estatistica-mente significativa com a dependência química na
adolescência.
Com
a finalidade de verificar se há diferença entre os grupos com e sem diagnóstico
de dependência química, em relação à percepção das práticas educativas
parentais, foi utilizado o teste de Mann-Witney. Os resultados mostraram
diferença estatisticamente significativa entre os dois grupos. O nível de
significância utilizado para a análise foi de 5%.
Quatro
das oito práticas socialmente indesejáveis (intromissão, controle através da
culpa e da autoridade, evitacão da relação e manutenção inconsistente da
disciplina) estão associadas à percepção dos adolescentes com dependência
química a respeito das práticas de seus pais, enquanto quatro das oito práticas
socialmente desejáveis (sensibilidade para os sentimentos dos filhos,
envolvimento positivo, controle positivo da disciplina e divisão da tomada de
decisões) estão associadas à percepção dos adolescentes sem diagnóstico. No
entanto, cabe ressaltar que a prática socialmente indesejável manutenção
inconsistente da disciplina está associada à percepção dos adolescentes sem
diagnóstico. Esses dados encontram-se expostos na Tabela 3.
DISCUSSÃO
Os
resultados serão discutidos a partir da literatura que embasou este estudo,
buscando analisar os dados obtidos nesta pesquisa. Em um primeiro momento,
serão discutidas as práticas educativas parentais segundo a percepção dos
adolescentes com diagnóstico clínico e sem diagnóstico clínico. Posteriormente,
discute-se sobre fatores sociodemográficos relacionados aos grupos
investigados.
Com
relação às práticas educativas, sabe-se que estas são fruto da interação entre
os pais e os filhos. Geralmente, os comportamentos educativos dos pais mudam de
acordo com o comportamento do filho. Contudo manteve-se presente nesta análise
que os comportamentos dos pais podem ser considerados tanto um fator de risco
como de prevenção para a dependência química (Duvicq, Pereira & Carvalho,
2004).
As
práticas socialmente indesejáveis apontadas pelos adolescentes com dependência
química foram: intromissão, controle através da culpa, controle através da
autoridade e evitação de relações. Já as práticas desapego, relaxamento no
controle da disciplina, manutenção inconsistente da disciplina e controle
através da ansiedade não foram mencionadas significativamente por esses
adolescentes. A intromissão, o controle através da culpa e o controle através da
autoridade estão relacionados a pais autoritários. De acordo com Costa,
Teixeira e Gomes (2000), Darling e Steinberg (1993), Maccoby e Martin (1983),
Patock-Peckham, Cheong, Balhorn e Nagoshi, (2001); Steinberg, Darling e
Fletcher (1995) e Weber, Viezzer e Brandenburg (2004a), pais autoritários
apresentam muitas regras e limites, mas são pouco afetivos e envolvem-se pouco
com os filhos. São pais centrados em si próprios, portanto, desejam somente a
obediência dos filhos. Geralmente, os pais com esses tipos de atitudes
caracterizam-se por nível baixo de apoio e atenção emocional, são
demasiadamente exigentes, tendo como resposta comum "porque eu disse
assim", querem que o filho faça o que eles desejam, comandam a vida dos
filhos e não deixam que ele próprio se expresse.
As
práticas educativas parentais citadas anteriormente (intromissão, controle
através da culpa e controle através da autoridade) tendem a gerar conseqüências
na vida dos filhos. Os filhos podem apresentar desempenho moderado na escola e,
se a coerção for muito forte, podem ter ansiedade, baixando o desempenho
escolar e demonstrando hostilidade e agressividade contra figuras de autoridade
(professores, por exemplo). Os filhos de pais com esses tipos de práticas
educativas apresentam, ainda, piores desempenhos em habilidades sociais, humor
instável, sendo pouco amigáveis, baixa auto-estima e altos níveis de depressão,
situações que podem levá-los ao uso pesado de drogas como forma esquiva a esses
problemas (Aunola, Stattin & Nurmi, 2000; Baumrind, 1966; Miller, DiIorio
& Dudley, 2002).
A
evitação da relação, outra prática apontada pelos adolescentes com dependência
química, pode pressupor inexistência de relacionamento afetuoso entre pais e
filhos ou pouco interesse, por parte dos pais, pelas atividades desenvolvidas
pelos adolescentes (Duvicq e cols., 2004). Alguns autores denominam negligência
tal conjunto de atitudes, considerando esses pais ausentes (Cohen, & Rice,
1997; Piko, 2000; Steinberg, Lamborn, Darling, Mounts & Dornbusch, 1994).
Os autores colocam, ainda, que esses pais esperam que o filho responda as suas
necessidades, formando famílias instáveis (com separações e conciliações
freqüentes); são pais pouco presentes na vida dos filhos, não têm tolerância e
aborrecem-se facilmente.
Os
filhos criados neste contexto apresentam pior performance em todas as
áreas, podendo ter um desenvolvimento atrasado e problemas afetivos e
comportamentais. A evitação da relação, segundo Piko (2000) e De Micheli e
Formigoni (2001), correlaciona-se com uso de drogas ilícitas e álcool, com
doenças sexualmente transmissíveis, com início precoce da vida sexual, baixa
auto-estima e auto-eficácia, com probabilidade maior de depressão, estresse,
estilo explicativo pessimista, baixo desempenho acadêmico, baixas habilidades
sociais e futuros comportamentos anti-sociais (mentir, roubar, agredir, etc.).
Contrastando
com o quadro anterior, as práticas educativas sociamente desejáveis, como:
envolvimento positivo, aceitação da autonomia, controle positivo da disciplina
e divisão da tomada de decisões, ocorreram em maior freqüência no grupo SDQ,
quando comparado com o DQ, de forma estatisticamente significativa associadas
ao grupo sem diagnóstico de dependência química.
Em
se tratando das práticas educativas socialmente desejáveis, a sensibilidade
para os sentimentos dos filhos e o envolvimento positivo, que também podem ser
traduzidos como expressão do afeto, apoio e compreensão, são entendidos como
aspectos preventivos poderosos em relação ao abuso de substâncias psicoativas e
aos problemas de conduta (Dekovic, Janssens & Van As, 2003; Wu, Lu,
Sterling & Weisner, 2004). Segundo Pons (1998), os filhos de pais que se
utilizam de tais práticas sentem-se aceitos, valorizados e seguros, percepções
fundamentais no desenvolvimento das relações sociais dos adolescentes.
De
acordo com alguns pesquisadores (Oliveira, Marin & Pires, 2002; Salvador
& Weber, 2005; Sidman, 2001), o controle positivo da disciplina, prática
desejável que também se mostrou significativa (p = 0,001) no grupo sem
dependência química, pode ser utilizado pelos pais para incentivar e fortalecer
comportamentos desejáveis em filhos, como também para desestimular e substituir
os indesejáveis. Alvarenga (2001) cita que o uso de reforçadores positivos e
regras fazem com que os filhos tenham uma melhor adaptação na vida social,
aprendendo a respeitar e seguir regras, compreendendo a importância destas.
Quanto
à aceitação da autonomia e à divisão da tomada de decisões, Gomide (2003)
aponta que, no convívio diário, os pais devem procurar direcionar o
comportamento dos filhos com o objetivo de seguir certos princípios morais e
adquirir uma ampla gama de comportamentos que garantam independência, autonomia
e responsabilidade, para que, posteriormente, possam desempenhar adequadamente
seu papel social.
As
respostas em relação à manutenção inconsistente da disciplina (prática
socialmente indesejável) foram estatisticamente diferentes, quando comparados
os dois grupos. O fato de ter se apresentado mais presente no grupo sem diagnóstico
de dependência química pode ser interpretado pela presença mais efetiva dos
pais, que apresentam muito afeto e envolvimento e poucas regras e limite. Esses
pais costumam dar muito apoio e atenção emocional, mas pouca estrutura positiva
e direção aos filhos. Geralmente os filhos têm boa auto-estima e boas
habilidades sociais, com baixos níveis de depressão, embora possam colocar-se
em situações de risco por não terem aprendido que existem regras e limites no
mundo (Pentz, 2003; Weber, Brandenburg, & Viezzer, 2003; Weber, Prado,
Viezzer, & Brandenburg, 2004a). Deve-se lembrar que a maioria dos
adolescentes caracterizados sem dependência química também, de uma forma ou
outra, podem fazer drogas lícitas ou ilícitas.
Em
relação à associação dos dados sociobio-demográficos e dependência química, a
separação dos pais aparece como fator significativo em relação à predisposição
ao uso de drogas. Vários autores identificaram níveis de risco no uso de drogas
em jovens pertencentes a famílias com pais separados ou famílias com
relacionamentos muito deteriorados (Piko, 2000, entre outros). Dessa forma, o
presente estudo corrobora pesquisas anteriores que identificaram associação
entre o uso de drogas e separação dos pais.
A
associação entre as variáveis não estudar, repetência escolar e dependência
química também foi encontrada em um estudo de Tavares, Beria e Lima (2001).
Esses pesquisadores constataram que alunos que faltaram nove ou mais dias no
mês anterior, ou que tiveram três ou mais reprovações, apresentaram um risco
duas vezes maior de ser usuários de drogas, mesmo após o ajuste para fatores
socioeconômicos e demográficos. Ainda assim, não seria possível estabelecer
relação causal, pois tanto o uso de drogas poderia interferir no bom desempenho
do aluno, como dificuldades escolares poderiam tornar-se fatores de risco para
uso de drogas.
A
associação da dependência química com escolas públicas contraria os achados das
pesquisas de Guimarães, Godinho, Cruz, Kappann e Junior (2004) e Soldera e
cols. (2004), que demonstraram, pela comparação entre as redes pública e
privada, maior prevalência de uso das drogas nas escolas particulares, o que,
para os investigadores, poderia estar ligado à condição social, cuja
disponibilidade de recursos financeiros facilitaria a aquisição de drogas.
A
maioria dos adolescentes com DQ menciona-ram que muitos amigos fazem uso de
drogas e os mesmos oferecerem-nas, o que corrobora a forte influência do grupo
de pares nos adolescentes e a necessidade destes de sentir-se pertencentes a
alguma "tribo". Rigoni, Oliveira e Andretta (2006) e Scivoletto e
Morihisa (2001) afirmam que os fatores de risco que mais influenciam os
adolescentes e favorecem à experimentação de substâncias psicoativas são: a
curiosidade natural dos adolescentes, impulsionando-os a experimentar novas
sensações e prazeres; a opinião de amigos, modismo, fácil acesso às drogas e
oportunidade de uso, bem como o ambiente propício para a experimentação de
drogas. Os achados desses pesquisadores estão de acordo com o presente estudo,
indicando que a companhia e o incentivo dos amigos em relação à experimentação
e ao uso de drogas pode ser um forte preditor para a dependência das mesmas.
Em
relação à prática religiosa dos participantes deste estudo, divergindo de
pesquisas atuais (Chaturvedi e cols., 2003; Sanchez e cols., 2004), não foi
estatisticamente significativa à associação da religiosidade com o fato do
adolescente não ser dependente químico. Deve-se pensar que o resultado deu-se
em razão do número restrito de participantes, o que não torna os dados
conclusivos.
Por
fim, outro fator importante é a prevalência do uso do crack entre os
participantes com dependência química. Sabe-se que esta é uma droga de custo
relativamente baixo, se comparada às outras, e com alto poder de dependência, o
que poderia explicar a alta incidência do uso da mesma entre os participantes
com dependência química. A detecção do uso associado de maconha, cocaína e crack,
fortemente presente nos participantes com dependência química, parece ser de
grande importância, já que ainda são escassas as pesquisas que correlacionam
adolescência e uso do crack. Ainda assim, sublinha-se que os dados
extraídos desta pesquisa referem-se às particularidades e limitações do estudo
em questão, sendo que não se pode, de forma alguma, fazer qualquer tipo de
generalização a partir destes achados.
Marques
e Cruz (2000) relatam que o consumo de drogas apresenta uma progressão em
estágios, iniciando-se com o consumo de bebidas alcoólicas fermentadas e
passando para o consumo de drogas ilícitas como a maconha e o crack nos
estágios finais. O aumento da prevalência dos produtos derivados da coca, de
acordo com Nappo, Galduróz e Carlini (2000), ocorre pela alta disponibilidade
do crack e seu baixo preço. Desse modo, parece ser de fundamental
importância o desenvolvimento de estudos e de ações preventivas que compreendam
de que forma a produção e o tráfico de drogas têm atuado, já que se sabe que as
drogas têm sido desenvolvidas com o objetivo de tornar seus usuários
dependentes de forma rápida, para que sejam garantidas a clientela e a
movimentação desse mercado mundial milionário.
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
Este
estudo foi desenvolvido prioritariamente visando ao levantamento de dados em
relação à dependência química na adolescência, bem como à comparação das
percepções dos adolescentes com e sem diagnóstico de dependência química em
relação às práticas educativas de seus pais.
Ao
longo da pesquisa foram detectadas algumas limitações que não permitem que os
achados sejam generalizados. O número pequeno de participantes, bem como o fato
de os adolescentes sem diagnóstico de dependência química terem sido acessados
pela rede social da pesquisadora, foram variáveis limitadoras do estudo. Outra
limitação reside no fato de não terem sido incluídas as drogas lícitas na
análise, uma vez que o álcool e o tabaco, duas fortes representantes dessa
classe de drogas, são substâncias de fácil acesso e, como é sabido, amplamente
utilizadas pelos jovens, ainda que ilícitas para os menores de 18 anos.
Sugestão
para outro estudo com a mesma abordagem e delineamento semelhante, além dos
cuidados com as limitações anteriormente citadas, seria analisar as diferenças
entre a percepção das práticas parentais maternas e paternas, uma vez que a
literatura ressalta que diferenças nas práticas educativas entre o casal
parental também podem gerar comportamentos de risco.
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